quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Etnomatemática: explorando as culturas periféricas para o ensino de geometria.
Denise de Sousa Leitão
Aluna do curso de Licenciatura Plena em Matemática – UEPA
deh.leitao.mat@hotmail.com
Helen Rayane Lopes Moraes
Aluna do curso de Licenciatura Plena em Matemática– UEPA
ray127_@hotmail.com
Paulo Arley Gomes Leal
Aluno do curso de Licenciatura Plena em Matemática – UEPA
arley_hbl@hotmail.com

Resumo: Neste artigo trabalharemos o conceito de Etnomatemática, seus objetivos e o modo que esta é utilizada como alternativa metodológica escolar nos conteúdos de Geometrias Plana e Analítica, mostrando através da atividade “Os cestos e os peixes”, com o propósito de demonstrar a utilização dessa tendência como ferramenta auxiliadora no ensino matemático. Abordaremos também a questão da “mono-valorização” e qual a possível solução para esse problema, melhorando assim a relação ensino-aprendizagem.
Palavras chaves: Etnomatemática, Culturas Periféricas, Educação matemática, Ensino aprendizagem, Geometria Plana,Geometria Espacial,

Nas culturas periféricas: quem disse que não há matemática?
A pesquisa visa apresentar a Etnomatemática no âmbito das culturas periféricas como alternativa metodológica para o ensino da geometria. Neste momento o objetivo é explicar o que é a tendência Etnomatemática e qual a sua colaboração para auxiliar no entendimento da disciplina Matemática, que é tão mal vista e compreendida por alguns alunos, nessas áreas marginalizadas. Essa tendência utiliza a cultura do dia-a-dia como ferramenta auxiliadora para a compreensão do assunto ministrado pelo professor, fazendo com que assim haja uma grande evolução na relação ensino-aprendizagem. Temos em vista que é uma tendência pouco utilizada nas escolas periféricas, mas sendo de grande importância para contribuir na melhora do ensino matemático, conseguindo assim facilitar o saber e o fazer do ensino da matemática.
Os saberes matemáticos nas culturas periféricas .
A Tendência Etnomatemática originou-se na tentativa de compreender o fazer e o saber matemático de diferentes culturas tais como indígenas, ribeirinhos e classes trabalhadoras. Querendo, também, levar em forte consideração as características culturais para a sala de aula, servindo como ferramenta na explicação e no entendimento do assunto ministrado pelo professor, ou seja, espera-se que seja mais fácil aluno compreender um assunto matemático quando esse assunto é trazido à sua realidade cultural fazendo com que ele sinta interesse para utilizar o conteúdo, aprendido, no seu dia a dia.
Assim concordamos com os autores Orey e Rosa (http://www.csus.edu/indiv/o/oreyd/papers/Vinho%20e%20Queijo.htm 26/09/09)
[...] A Etnomatemática é um programa que identifica-se com o pensamento contemporâneo e, por isso, não limita-se somente ao registro de fatos e práticas históricas. Isto significa que a Etnomatemática identifica-se com a filosofia atual, pois é uma interpretação e uma releitura da história e da contemporaneidade. Nesta perspectiva, a Etnomatemática está atenta aos fatos e às práticas marginalizadas, principalmente às práticas do homem comum, das comunidades dos rejeitados, das minorias, e dos povos que foram vencidos no processo de colonização. Este programa também faz parte de um sistema de pensamento matemático sofisticado que não visa somente o desenvolvimento das habilidades matemáticas, mas sim, o entendimento do “como fazer” matemática.
Concordamos ao ponto que a Etnomatemática exaltar como noção a cultura para dentro da sala de aula, de modo que isso ajudará no processo de aprendizagem, mas, para possamos obter melhores resultados é de extrema importância trabalhar a questão do mono-valorização. O problema é a valorização dessa matemática desenvolvida por cada dessas culturas.
Como podemos perceber esse problema com o autor Borba (1992, pag. 42):
[...] Essa “mono-valorização” só pode levar a uma política excludente em relação aos grupos de estudantes que tenham poucas afinidades com os valores “embutidos” na pratica dos matemáticos, entendidos também como um grupo cultural que produzem, portanto, sua Etnomatemática.
Logo, a solução para esse problema pode ser realizada inserindo o estabelecimento de uma relação entre as características culturais e a aprendizagem, levando em conta tanto a cultura, como também a relação do indivíduo com esta. Fazendo com que o aluno participe com o professor, através de negociações, na elaboração do tema a ser estudado em um dado curso. Desta forma conseguiríamos um resultado em que o estudante estaria obtendo a aprendizagem através da cultura inserida, mas também de seus interesses impostos. Cabe ao professor fazer essa interseção do conteúdo escolhido pelo aluno e as outras formas de saber que o professor achar de importância para a formação deste. Sendo assim, propomos a atividade sobre os cestos e os peixes...


Os cestos e os peixes, atividade utilizando a Etnomatemática

Com isso, através da atividade “Os cestos e os peixes”, cujo objetivo trabalhar a Etnomatemática de modo a fortalecer a relação entre professor e aluno, colocando o interesse dos alunos ao querer saber, como será que foi pesada a feitura do cesto? Ou se partimos de um pedaço de cipó, palha ou outro material, mudaria alguma coisa?
Os materiais utilizados são Tiras de palha de 1,5cm de largura e 40 cm de comprimento, barbante e tesoura. Ao levar esse material para a sala de aula, incubir os alunos para construir um cesto, depois trabalhar com eles a partir do cesto criando perguntas como: determinar sua capacidade, se partirmos de um pedaço de cipó, palha ou outro material? Quantas tiras são necessárias? Qual a melhor forma, de boca larga ou estreita? Comprido ou curto? Qual o volume desse cesto se usássemos tiras maiores ou menores? Como podemos calcular a área e o volume do cesto? Fazendo, assim, com que o aluno raciocine enquanto confecciona o seu cesto.
Com essa atividade trabalharemos usando a Etnomatemática, desenvolvendo os conteúdos de matemáticos área e volume (Geometria plana e espacial), arte (para que possam levar o cesto ou desenhos de cestos variados, e principalmente de locais variados. Sabemos que os cestos servem também para guardar outros tipos de mantimentos).
Etnomatemática e as Culturas Periféricas, qual a conclusão.
No inicio deste artigo, apresentamos o que é a tendência Etnomatemática, quais os seus objetivos e como atua na educação de forma metodológica. Abordamos também a questão entre a Etnomatemática e a inserção do aluno nessa cultura trabalhada, mostrando que existe uma possibilidade de fazer com que a Etnomatemática possa ser trabalhada sem que exista uma mono-valorização, tendo um resultado positivo com a colaboração do aluno na relação ensino-aprendizagem. Tendo em vista que é um dos objetivos da Educação Matemática.


Referencias Bibliográficas.
Dia 15/10/09 às 09h 14min em: http://www.fe.unb.br/etnomatematica/
Dia 08/10/09 às 16h 25min em: http://vello.sites.uol.com.br/ubi.htm
Etnomatemática – Elo entre s tradições e a modernidade.
Autor: Ubiratan D’Ambrósio.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

EducaçãO+..

Check out this SlideShare Presentation: